“Que tipo de golpe é esse, o golpe começa, ministros felizes passeando na praça Murillo, tocando tanques, um golpe de estado com zero feridos, zero disparos, zero mortos”, disse o ex-presidente em coletiva de imprensa no departamento de Cochabamba.
Morales contestou a informação do governo de que 14 pessoas foram feridas por balas disparadas pelos militares rebeldes quando entraram com tanques na praça onde está localizado o palácio presidencial: “Um golpe de Estado é feito com balas?”.
“Deixem que investiguem, mais cedo ou mais tarde a investigação dirá” o que aconteceu, acrescentou Morales, cercado de apoiadores.
Morales e Arce, que trabalharam juntos durante os três mandatos do líder indígena, travam uma feroz disputa pelas bandeiras do oficialismo em um período que antecede as eleições presidenciais de 2025.
Apesar de não estar habilitado pela Justiça para disputar novamente, Morales quer concorrer à presidência, enquanto Arce ainda não informou publicamente se tentará a reeleição.
O presidente boliviano disse ontem que contactou Morales para avisá-lo sobre o golpe de Estado em curso. “Estava claro que vinham atrás de mim, mas estava claro para mim que, depois, eles iriam atrás de Evo Morales”, disse Arce.